quinta-feira, 25 de agosto de 2011

As azaleias e o aniversário







Domingo, 21 de agosto. Muito vento gelado. É o fatal minuano! Bem que poderia estar mais quentinho, mas é um mês imprevisível, com muita oscilação na temperatura. É agosto! É tempo maluco! Mas o tempo não deu interferência ao que tínhamos programado: uma reunião de família para comemorar o meu aniversário. Ainda comemoramos aniversários. Digo ainda porque a tradição, (do latim colere, que significa cultivar), está sempre mudando. As crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade estão em transição. Os costumes estão a cada ano sofrendo modificações. Mas é tradição familiar e enquanto eu existir, no nosso lar vai permanecer. Todos nós nos reunimos em um domingo mais próximo a data. Somos poucos, contudo fiéis à confraternização. Tenho dificuldade em guardar a idade que tenho, sempre preciso fazer a conta. Talvez isso faça com que não perceba o passar dos anos, me mantendo com muita vitalidade. Os dias que vão passando fortalecem os bons sentimentos e perspectivas para bons momentos com novos desafios. Vale passar desse dia para o outro. Sempre vale! Não sonho com dias melhores...não fico fantasiando jardim do Éden (Gan Eden) para ser feliz... gosto da vida que levo...muita expectativa desestabiliza o bem viver. Entre vários mimos e passeio que ganhei, recebi lindas flores do Bello. Ele conhece meus gostos e para enaltecer o gesto, é sempre muito romântico. O buquê foi de azaléias. Belíssimas! Compartilho com todos essa alegria oferecendo meu carinho...meu afeto, fazendo lembrar: não requer posses para dar um abraço afetuoso e desejar felicidade.

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Eu amo tudo o que foi.
Tudo o que já não é.
A dor que já não me dói.
A antiga e errônea fé.
O ontem que a dor deixou.
O que deixou alegria.
Só porque foi, e voou.
E hoje é já outro dia. (Fernando Pessoa)

A azálea é um arbusto de origem oriental que apresentam flores de coloração variada como creme, vermelha, laranja, rosa, amarela, lilás e branca. Por isso é muito utilizada de forma decorativa ou compondo cercas vivas floridas. A tradução literal do grego “azálea” significa “seco”. Porque a azálea antes de florescer parece mais um arbusto com alguns ramos secos.
Originária do Oriente, suas flores são o símbolo chinês da feminilidade. Tem como significado a elegância, a felicidade.
Existem azáleas de folhas caduca e azáleas perenes. É um dos símbolos da cidade de São Paulo, assim declarado pelo prefeito Jânio Quadros.
As flores híbridas de azálea se desenvolvem durante centenas de anos. Essas mudanças genéticas feitas pelo ser humano produziram mais de 10 mil espécies cultivadas. Também podem ser recolhidas e germinadas as sementes. A espécie Rhododendron simsii Planch é a mais cultivada no Brasil.A azaléia é relacionada deusa Minerva, deusa da sabedoria e da razão; no Reino Unido houve uma época em que era comum que as moças colocassem pétalas dessas flores em seus cabelos, sob seus chapéus de renda, na esperança de serem pedidas em casamento.
Uma história interessante sobre a Azaléia e seu néctar:
Na Primavera de 401 a.c. o anfitrião grego foi pelo caminho da montanha de Colchis para encontrar o Tosão de Ouro. Tribos marciais locais atacaram os conquistadores, mas todas as tentativas falharam. Os gregos ficaram contentes porque tudo lhes estava ocorrendo conforme o previsto. Contudo, algo trágico aconteceu ao anfitrião ateniense. Alguns soldados encontraram um grande ninho de abelhas, provaram o mel e caíram inconscientes. Xenofonte, o comandante do exército, descreveu o acontecimento: ” Não havia nada de suspeito, mas havia muitas colméias e todos os soldados que provaram o mel caíram inconscientes. Havia muitos soldados doentes, como se tivessem saído de uma batalha. Mas no dia seguinte ninguém havia morrido. Eles começaram a recuperar a consciência e após o terceiro e quarto dia todos eles já se sentiam melhor. Mais tarde descobriram que os soldados comeram muito mel proveniente das flores silvestres da flor da família das azáleas.
Classificação científica

Reino:
Plantae

Divisão:
Magnoliophyta

Classe:
Magnoliopsida

Ordem:
Ericales

Família:
Ericaceae

Género:
Rhododendron

Subgénero: Pentanthera
e
Tsutsusi


Fontes:
http://pt.wikipedia.org
http://www.portalmundodasflores.com.br
http://www.arteblog.net/geral/274/

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

As marteladas do pica-pau





Era cedinho. Hoje, fora do normal, madruguei. Sou dorminhoca assumida. Mas o dever chamava...tinha que colocar em dia várias “tralhas” e lavar algumas roupas a meu modo, como só eu sei fazer, como gosto! Mas...escuta! Que barulho é esse? Está difícil identificar....Belooooo!!! Chega aqui um momento, faz favor. O que são essas marteladas? Batidas ritmadas estranhas, de onde vem esse som? Responde o Belo sorrindo: olha que lindos! São pica-paus, não são? E eram mesmo, dois, um macho e uma fêmea. Belo casal de aves. Foi quando lembrei de alguns alunos que certamente, diante disso, diriam: pêra aí “sorinha”...que diabos! Pancadas do inferno! Qual é?É um bicho adoidado! Vai seu loco pra...que pariu. Eles tinham e tem até hoje um linguajar bem diferenciado...grosseiro, com redução das letras nas palavras, em forma de códigos e abreviações, mas ao mesmo tempo carinhoso( pena que é uma ameaça à escrita).Hoje com as redes sociais nos computadores , não “cara a cara”, os palavrões ainda são mais doentios. Não sei explicar, mas gosto de como os jovens se comunicam. São outros tempos...e, como ocorrem mudanças até prejudiciais as quais poderão afetar a linguagem e causar a dislexia e a disortográfica. Mas, virando o assunto, “de saco pra mala”,e o pica- pau? O que sei sobre ele? Quase nada...então...

O pica-pau é popularmente conhecido como pica-pau-rei, pica-pau-de-cabeça-vermelha, pica-pau-galo, pica-pau-grande, pica-pau-soldado(este?campephilus robustus). É uma ave, com cerca de 36 cm de comprimento, que tem a cabeça e pescoço vermelhos, asas e cauda escuras e partes inferiores barradas e na maioria os machos com uma crista vermelha. Vivem em bosques ou pomares e onde fazem seus ninhos abrindo uma cavidade nos troncos das árvores bem no alto. O buraco para o ninho é construído de baixo para cima, formando um corredor ascendente, para proteger o ninho da chuva e do vento. Os ovos, de 4 a 5, em cada ninhada, são brancos. Macho e fêmea chocam os ovos durante 20 dias intercaladamente, dependendo da espécie. O macho ajuda a fêmea com a alimentação dos filhotes, após o nascimento dos mesmos. Os filhotes são cegos e pelados ao nascerem, e, antes mesmo de enxergaram, já brincam de bater o bico. Geralmente abandonam o ninho após cinco semanas.
Alimentam-se principalmente de larvas de insetos que estão dentro dos troncos de árvores, alargando a cavidade onde se encontram as larvas com seu poderoso bico muito duro, comprido, reto e pontiagudo. Com sua língua cilíndrica, pegajosa, de ponta afilada e flexível pegam o alimento. Sua língua pode chegar a ser cinco vezes maior que seu bico. Por isso, o músculo do pescoço dos pica-paus é muito forte. Para protegê-los de toda essa vibração, seu crânio tem uma espessura maior que das demais aves. Para se manter na posição vertical, o pica-pau tem os pés muito fortes. Chegam a dar 100 batidas por minuto. Algumas espécies alimentam-se também de frutas, formigas e larvas de abelhas, cupins e vespas, que obtém destruindo seus ninhos.
Existem por volta de 179 espécies pelo mundo. Distribuídas por todo o Brasil, existem 42 espécies de várias cores, tamanhos e que emitem diferentes sons. Esses sons são na verdade gritos. Tem um "canto" territorial com diversos chamados. Estas vozes são complementadas por uma "música instrumental", que serve para marcação territorial, advertindo rivais, e como meio de comunicação entre machos e fêmeas. Essas aves são solitárias, sendo que só são sociáveis na época da reprodução, quando o macho atrai a fêmea dando fortes pancadas nos troncos e produz um forte zunido com as asas quando, em vôo, o casal se encontra.






Classificação científica

Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Piciformes

Família:
Picidae
Vigors, 1825

Fontes:

http://pt.wikipedia.org
http://www.infoescola.com
http://www.faunacps.cnpm.embrapa.br

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O corvo entre as fotos





Fazia um friozinho danado aqui no sul quando um casal de amigos nos fez um convite: vamos para a praia...um lugar mais quente. “Fazer verão”? Naquelas alturas, tremendo de frio, é claro que o convite foi aceito na hora e na semana seguinte já estávamos em Porto Seguro, local escolhido para o passeio. Eu não conhecia ... então fui fotografando praias ...prédios.. . índios, enfim, tudo o que vinha pela frente. Mas, minha intenção não era fotografar animais...muito menos corvos. E como tem corvos por lá! Não me sofri, tive registrar essa beleza negra. É sim, são lindas aves. Esses animais trazem mau agouro? Diria São Cipriano que sim. Mas eu, particularmente, não acreditando em prenúncio de más notícias, aproveitei muito todos os momentos.
O corvo é uma ave originária da Ásia e hoje presente em todos os continentes. Vive em bandos, e em quase todo o tipo de condições com exceção de florestas tropicais. A alimentação é omnívora (onívoros) e inclui pequenos invertebrados, semente e frutos e podem também ser necrófagos.
Pode chegar até 70 cm de comprimento. O bico forte é curto, e tem uma «barba» hirsuta, que o distingue da gralha. É inteiramente negro.
Tem estrutura hierárquica bem definida. Vivem em acasalamento permanente, formando casais monogâmicos. Antes da Primavera os machos dão inicio às suas exibições para as fêmeas. Em meados de Fevereiro e março o casal começa a restaurar o ninho utilizado do ano anterior ou constrói um novo no caso de que este tenha sido destruído ou se for um novo casal. O ninho, normalmente situa-se em árvores bastante altas, em rochas ou em edifícios altos nas cidades. É construído cuidadosamente com ramos e revestido por dentro de penas e outros materiais. Os ovos são de cor azul esverdeados com manchas castanhas. A postura é de 3 a 7 ovos sendo a incubação assegurada exclusivamente pela fêmea durante os 20 a 21 dias que dura o período de choco. Os filhotes são alimentados por ambos os pais e abandonam o ninho com aproximadamente 30 a 42 dias de idade, mantendo-se junto da família até ao Outono. Durante aproximadamente um ano vagueiam, até, que acasalam e se fixam num território para toda a vida.
São vistos geralmente como portadores de maus presságios, devido à sua plumagem negra e hábitos necrófagos

Classificação científica

Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Passeriformes

Subordem:
Passeri

Família:
Corvidae

Género:
Corvus


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O Corvo e o Pavão

O pavão, de roda aberta em forma de leque, dizia com desprezo ao corvo:
- Repare como sou belo! Que cauda, hein? Que cores, que maravilhosa plumagem! Sou das aves a mais formosa, a mais perfeita,não?
-Não há dúvida que você é o mais belo bicho- disse o corvo. Mas, perfeito? Alto lá!
- Quem quer criticar-me! Um bicho preto, capenga, desengraçado e, além disso, ave de mau agouro... Que falha você vê em mim, ó tição de penas?
O corvo respondeu:
-Noto que para abater o orgulho dos pavões a natureza lhes deu um par de patas que, faça-me o favor, envergonharia até a um pobre diabo como eu...
O pavão, que nunca tinha reparado nos próprios pés, abaixou-se e contemplou-os longamente. E desapontado, foi andando o seu caminho sem replicar coisa nenhuma.

Tinha razão o corvo: não há beleza sem senão.

As fábulas, também denominadas de apólogos por La Fontaine, teriam a função
de formar “o juízo e os costumes”, tornando a criança “capaz de grandes coisas”. Além do
ensinamento moral, estariam expondo o próprio homem, pois
somos a síntese do que há de bom e de mal nas criaturas irracionais. As
fábulas, portanto, são um quadro onde cada um de nós se acha descrito. O que
elas nos apresenta confirma os conhecimentos hauridos em virtude da
experiência pelas pessoas idosas e ensina às crianças o que convém que elas
saibam. E como estas são recém-chegadas neste mundo, não devemos deixá-
las nessa ignorância senão durante o menor tempo possível. Elas têm que saber
o que é um leão, o que é uma raposa, e assim por diante, portanto às vezes se
compara o homem a um destes animais. Para isto servem as fábulas, pois é
delas que provêm as primeiras noções desses fatos. (La Fontaine)

Fontes:
http://pt.wikipedia.org
http://www.bragancanet.pt
http://www.eventos.uevora.pt
http://alacazum.blogspot.com