quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A cerejeira preguiçosa






Ano após ano ocorre o mesmo – sem pedir licença e mesmo sem avisar produz muitas flores com pétalas delicadas. A arvorezinha fica em neve com uma exuberância ímpar. A copa, com muita sutileza, se veste de branco com leve tom rosado. Dá um show de felicidade, com as flores bailando com o vento, quando passo no caminho que leva ao pomar. E como ali é difícil passar depressa mesmo que sozinha, ela faz a festa... tão linda se apresenta. E os frutos? Eles não aparecem. Preguiçosa! Dizem que é influência do clima: precisa de muito frio! Na semana passada tinha um caminhão de mudas por aqui. Querendo tirar dúvidas e saber mais sobre a minha, perguntei ao vendedor: Tem cerejeira? Sim, disse ele indo pegar uma muda. Estava florida como a minha. Continuando, falou – só tenho essa variedade ornamental que não produz frutos, pois não se aclimatou no Sul Brasil. E assim foi rezando uma ladainha de vendedor dizendo: bastam as flores, são divinas... Disse que a planta necessita de 800 a 1000 horas de frio para que possa produzir frutos. Mas por aqui temos isso. O que falta então? Não posso nem ter uma gota de esperança?

A cerejeira-ornamental é uma árvore decídua, de médio porte e floração decorativa, largamente utilizada no paisagismo. O tronco é cilíndrico, delgado, simples e curto, com casca rugosa, de cor marrom-acinzentada e lenticelas horizontais proeminentes. A árvore apresenta altura de 4 a 10 metros, com copa mais ou menos densa, em forma de vaso e 3 a 4 metros de diâmetro. As folhas são alternas, ovais, acuminadas, com margens serrilhadas e nervuras bem marcadas. Elas surgem com uma tonalidade bronzeada, se tornam verdes e mudam para o amarelo ou vermelho no outono, antes de cair.
As flores desabrocham no fim do inverno e primavera, unidas em grupos de duas a cinco em inflorescências do tipo racemo. Elas não têm perfume e podem ser simples ou duplas, de cor branca ou em diversas tonalidades de rosa e podem ser utilizadas como chá. As cerejas surgem no verão. São frutos pequenos, arredondados, comestíveis do tipo drupa, com forma globosa a ovóide, casca brilhante, de cor vermelha escura a preta, sendo o vermelho a mais comum entre as variedades comestíveis. Polpa carnosa e adocicada, envolvendo uma única semente. As cultivares desta espécie raramente frutificam. A cereja doce, de polpa macia e suculenta, é servida ao natural, como sobremesa. A cereja ácida, Prunus serrulata, ou ginja, de polpa bem mais firme.Esta é usada na fabricação de conservas, compotas e bebidas licorosas, como o Kirsch, o Cherry e o Marasquino. A cereja pode ser consumida ao natural, como sobremesa. É usada na preparação de conservas, compotas, bebidas como o cherry e o kirsh. Ao natural a cereja tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Dá um toque de elegância na decoração de doces, sorvetes, coquetéis. Tem proteínas, cálcio, ferro e vitaminas A, B e C. Quando consumida ao natural, tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Como a cereja é muito rica em tanino consumida em excesso pode provocar problemas estomacais, não sendo aconselhável consumir mais de 200 ou 300 gramas da fruta por dia.

Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia-sombra, em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica. Multiplica-se por enxertia, estaquia e mais facilmente por sementes.
Curiosidades: é a árvore símbolo do Japão e símbolo de felicidade. É na época de seu florescimento que as crianças iniciam o ano escolar, que os recém- formados saem em busca de trabalho. Em função da época de florescimento, os orientais a indicam como ‘o primeiro sorriso da primavera’.
O chá das pétalas é utilizado em rituais como casamentos e ocasiões festivas. Na época de seu florescimento, são realizadas as festas chamadas de ‘hanami’ ao ar livre, debaixo das cerejeiras em flor.
Para os antigos samurais não havia glória maior do que morrer num campo de batalha coberto de pétalas de cerejeira. No teatro Kabuki, esse cenário indica que haverá um movimento do vilão ou acontecerá uma tragédia.
O seu significado está associado aos samurais, cuja vida era tão efêmera quanto a da flor de cerejeira, uma lembrança de que a vida é passageira. Também é conhecida como flor da felicidade.
Classificação:
Nome Científico: Prunus serrulata
Sinonímia: Prunus paniculata, Cerasus serrulata, Cerasus lannesiana, Prunus lannesiana, Prunus tenuiflora
Nome Popular: Cerejeira-ornamental, Cerejeira, Cerejeira-branca, Cerejeira-do-japão, Sakura, Cerejeira-ornamental-do-japão, Cerejeira-japonesa
Família: Rosaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: Japão
Ciclo de Vida: Perene


Fontes:
http://www.brasilescola.com/frutas/cereja.htm
http://www.floresnaweb.com/dicionario.php?id=170
http://www.jardineiro.net/br/banco/prunus_serrulata.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cerejeira

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O cravo e minhas lembranças





Sobre as opiniões de comadres, vizinhos e parentes, só os mais velhos entendem. Hoje, comadres e compadres já não nos dão mais palpites. Quando eu era pequena, muito gorda e bem branquinha chamei a atenção da comadre da mãe. Então ela não se conteve e falou: essa guria chega ser transparente. Tens que dar uns fortificantes. E direto foi passando a receita: comadre, ferva uma garrafa de vinho com muito açúcar, cravo canela e um prego. Deixe esse xarope enterrado por dez dias. Pobre mãe! Ela queria ver a filha muito saudável. Então, sem ao menos raciocinar, juntou os ingredientes os que passaram a fazer parte das minhas refeições. Tão ruim era aquela gororoba que já não podia mais engolir. O que fazer...era para ficar mais bonita, mais gorda e mais corada. Fiquei uma pata rechonchuda. Aquilo deve ter provocado uma intoxicação...até hoje meu organismo não aceita tais condimentos e tem dias que até o cheiro do vinho me faz mal. Como no filme” A árvore da vida”,uma fato faz lembrar o outro, passou um flash na minha cabeça e mudando de assunto, foi assim: quando eu tinha uns 15 anos fui em um baile no interior – na Palma. Um moço me convidou para dançar. Naquela época, quando os rapares gostavam das moças, dançavam duas “marcas” e convidavam para “ficar de par”. Isso queria dizer: gostei de ti e gostaria de dançar contigo até o final do baile. Que lástima! O moço, certamente para “cheirar bem” mascava cravos. Que pena, era tão lindo...o garoto mais bonito do baile. Mas “virando de saco prá mala” a questão é outra. São flores de cravo.Uma imagem puxa a outra. Lembrei de tudo isso quando vi vários canteiro de cravos em Jaguarí-RS. Foi no feriado de Nossa Senhora Aparecida( Padroeira do Brasil).Lindo passeio...ótimas compras...queijos, doces, vassouras,vinhos e cucas entre outros. Mas e o cravo? Poderia falar de um Instrumento musical, especiaria, afecção na pele, prego...movimento político em Portugal em 1974. Contudo, prefiro falar dos cravos que fotografei na praça Gilson Reginato.
O craveiro é uma planta herbácea, que alcança até um metro de altura. Suas flores são denominadas cravos.Uma característica é a forma peculiar de suas flores e o caule reto, com várias ramificações. A cravina ou cravo-bordado(Dianthus plumarius),pertence a mesma família dos cravos cujas pétalas abundantes emergem de seu cálice verde e tubular. Nos trópicos a cravina só se reproduz em grandes altitudes. A espécie Dianthus plumarius é originária da Europa, e cultivada em grande escala na América do Sul. Certas variedades exalam um aroma delicado, motivo pelo qual são utilizadas na fabricação de perfumes.
As flores podem ser duplas ou simples, com pétalas franjadas, freqüentemente com zoneamento de cor contrastante de coloração branca, amarela, rosa, vermelha, roxa, e até preto. Para o desenvolvimento harmonioso da planta é bom tirar as flores murchas e diminuir as touceiras. A vida é relativamente curta, assim que as plantas de 4-5 anos ela deve ser substituído por novas. Os cravos preferem o solo solto, bem drenado e rico em matéria orgânica, de preferência alcalina.
Os cravos se dividem em dois grupos principais: os perpétuos e os anuais. Os cravos perpétuos multiplicam-se por meio de estacas, e os anuais são multiplicados por sementes postas para germinar no fim do verão. As estacas são preparadas no fim do inverno e as melhores são retiradas do meio da haste.
Uma boa qualidade dessas flores é que elas repelem a maioria das espécies de formigas domésticas, sendo ótimos agentes para combater invasões.
Considerada a planta ornamental mais antiga em seu cultivo, tem suas flores também são amplamente utilizadas em arranjos e buquês.
Os Cravos foram descobertos no Extremo Oriente, sendo mencionados em toda a mitologia grega romana, aparecendo nos registros da história natural do escritor romano Plínio, por volta do ano 50 AC. O cultivo do cravo teve seu início final do século 13 por monges Romanos. O significado destas flores foi muito importantes para os gregos e romanos e tornou-se um símbolo no pico da civilização. Em Roma também era conhecida como “flor de Jove”, porque Jove era o mais bondoso e admirado dos deuses. Atualmente também é utilizado como símbolo nacional em vários países e em várias ocasiões festivas
Na linguagem Vitoriana das Flores o Cravo simboliza o fascínio e dom de boa sorte para uma mulher.
Cravos branco e vermelhos representam admiração, enquanto o vermelho escuro denotam profundo amor e carinho.
O significado dos Cravos branco está ligado ao amor puro, e representa talento e boa sorte, enquanto os listrados podem simbolizar lamentar um amor que não pode ser compartilhado.
Assume a mensagem de amor ardente e boa sorte quando é oferecido para uma mulher, mas também significa a inocência, uma pessoa doce, adorável e puro amor.
Cravos com predominância da cor vermelha que dizer “eu admiro você” ou “meu coração clama por você”. Indica amor, paixão e respeito.
Cravos cor de rosa são afirmações como: “Eu sempre lembro de você” e “lembranças e pensamentos de felicidade e gratidão.
Os Cravos de cor roxa ou púrpura significa a ausência de capricho, solidão e inconstância.
Os Cravos amarelos são uma exclamação de rejeição ou desdém – “Você me desiludiu”.
Cravos com uma cor sólida é símbolo para uma afirmativa – sim.
Cravos listrados pode significar “não”, a recusa, ou “Desculpe, não posso ficar com você”

Curiosidades:
Os cravos foram trazidos da Tunísia para a Europa, mas a sua pátria é as Maldivas. O nome russo para esta flor descende de uma palavra polaca "gvizdic", palavra emprestada do dicionário alemão. Os alemães deram este nome a estas flores devido à semelhança com uma especiaria estrangeira; identificaram o cheiro da especiaria e chamaram cravo às flores também. Há pessoas que lhes chamam "lágrimas do campo", "estrelas" ou "erva de donzela".

Um antigo escritor, Plinij, afirmou que os romanos cultivavam estas flores divinas; está escrito no seu livro "História da Natureza". No livro de Dante, "Inferno", está escrito que os cravos foram trazidos para Itália por Nicolo. Em França, estas flores, foram trazidas na Última Cruzada. Quando os franceses estavam a cercar a Tunísia, a Peste espalhou-se e o médico que sabia das propriedades medicinais do cravo fez uma poção especial que curou muitos soldados. Rapidamente a epidemia foi travada e então os soldados de Ludovico IX importaram esta planta para França em 1270.

Os italianos também gostam de cravos, a sua imagem foi incluída no Emblema do Estado. As raparigas acham que os cravos são os intermediários do amor, por isso ofereciam estas flores aos jovens que partiam para a guerra, pois pensavam que a flor os protegia. Em França as raparigas também davam cravos aos seus namorados quando estes iam para a guerra, expressando assim o desejo de eles voltarem sãos e salvos. Os soldados acreditavam que o cravo tinha poderes mágicos e usavam-no como um talismã.

Em Espanha o cravo é visto como o salvador do amor. Em Valência era um grande elogio se um homem oferecesse esta flor ao seu amor no Inverno, porque nesta estação as flores eram muito mais caras.
As damas espanholas arranjavam encontros secretos com os cavalheiros, ao colocarem cravos de diferentes cores no seu vestido.

Na Bélgica os cravos são as flores dos pobres. Os mineiros cultivavam-nas porque, depois de tanto tempo passado na escuridão, ficavam alegres só de ver estas flores vermelhas. Os pais dão uma coroa de cravos à filha quando ela se casa.
O cravo goza de popularidade entre as bordadeiras; na renda antiga de Bruxelas podem-se ver muitos cravos nos rendilhados.

Em Inglaterra e também na Alemanha o cravo foi por muito tempo considerado como a flor do Amor, Inocência e Pureza; podemos ver isso na poesia de Shakespeare e de Julius Sacks. Goethe tratava a flor como sendo a personificação da amizade e firmeza. O cravo também foi glorificado nas obras de Leonardo Da Vinci , Rembrandt, Rubens e Goya.
Dicas:
1 - Prepare a terra e distribua as sementes na superfície, cubra-as delicadamente com terra. Deixe num local protegido do sol, e regue-as sempre que o solo estiver seco.
2 –Podemos usar como sementeiras vasos, caixas de frutas ou qualquer outro recipiente (não necessita ser fundo). Cubra-os com plástico, pois cumpre as funções de acelerar o crescimento e proteção.
3 – Depois de uns dias, começa o processo de crescimento.
4 - Assim que estiverem com 15 a 20 cm, podemos plantá-los no lugar definitivo.
5 – Cravos ficam bem em vasos, jardineiras ou canteiros.
6 - São flores duradouras, tanto no verão e no inverno, e dão uma luminosidade especial ao jardim.
Classificação científica

Reino:
Plantae

Divisão:
Magnoliophyta

Classe:
Magnoliopsida

Ordem:
Caryophyllales

Família:
Caryophyllaceae

Género:
Dianthus

Espécie:
D. caryophyllus

Nome binomial



Fontes:
http://www.jardim-rif.com/jardim/perenes/dianthus-plumarius.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Craveiro
http://www.flores.wiki.br/sp/index.php?title=Categoria:Cravos
http://www.abacas.com.br/def_Buscaplantar.asp?id=31
http://www.lojadasflores.pt/lendas-de-flores.php#9
http://rebelheartbr.wordpress.com/2009/12/23/significado-e-historia-das-flores/

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A estranha beleza do marabu



Estávamos, o marido e eu, nos informando sobre o melhor meio de chegar a Mafra. Cidade distante 25Km de Lisboa. Gostaríamos de conhecer o Palácio Nacional, o mosteiro em estilo barroco e a biblioteca que possui uma coleção de mais de 40.000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro. Já estava deslumbrada com tudo antes mesmo de chegar ao local. Azar! Deu tudo errado. Quase fiquei quebrada de tanto dobrar esquinas procurando informações. Não havia ônibus, trem nem metro. Mas que nada... como diz o Belo: “não tem dia perdido”. De repente, sem ao menos esperar, avistamos o portal de entrada do Zoológico em Lisboa. Não deu outra, ficamos por lá mesmo o restante da manhã. E como aproveitamos. Eu e o Belo parecíamos duas crianças admiradas, conversando com os animais. De repente disse ele: olha esse com cara de poucos amigos. Não conhecíamos aquela ave, e isso fez com que procurássemos rapidamente o nome. O dito cujo, mais estranho impossível, chama-se marabu.
O marabu é uma ave também conhecida pelo nome de cordufal.É de origem africana. Muito grande, chega a atingir uma altura de 150 cm, um peso superior a 9 kg e uma envergadura de asas de 3,5 m. Voa com o pescoço retraído, tal como uma garça. Alimenta-se de diferentes tipos de animais, tanto vivos como cadáveres, incluindo mamíferos e répteis. As presas vivas incluem térmitas, peixes, gafanhotos, lagartas, rãs, roedores, recém-nascidos de crocodilos, ovos de tartaruga, pombos, flamingos, ovos e crias de pelicano entre outros.
O bico é muito forte e grande. Tem uma bolsa pneumática rosada na base do pescoço, tem a cabeça e pescoço sem penas, dorso negro e parte inferior branca, uma gola de penas, asas negras ou cinza escura. Os jovens são mais acastanhados e possuem um bico menor. A maioridade é atingida aos quatro anos.
Desloca-se principalmente caminhando. Atingem a maturidade sexual aos quatro anos. É gregário e procria em colônias de 20 a 60 casais. Na estação seca, quando é mais fácil encontrar alimento, dado que as massas de água diminuem, constrói um ninho numa árvore ou em escarpas, utilizando galhos e folhas, onde põe dois ou três ovos que eclodem em 30 dias. As crias nascem ainda pouco desenvolvidas e passam no ninho cerca de cento e 16 dias antes de voarem pela primeira vez. Para descansar senta-se sobre os tarsos, assumindo uma postura bizarra. É muito ruidosa e vocalmente, batendo o bico especialmente durante a corte. Nessa ocasião produz também diversos ruídos com o saco do pescoço. Podem viver até 25 anos em estado selvagem e em cativeiro até 41 anos. Antigamente, os operários das indústrias têxteis empregavam penas de marabu para fazer mantas e cachecóis, guarnecer chapéus e adornar vestidos.

Classificação científica

Reino:
Animalia

Filo:
Chordata

Classe:
Aves

Ordem:
Ciconiiformes

Família:
Ciconiidae

Género:
Leptoptilos

Espécie:
L. crumeniferus

Nome binomial

Leptoptilos crumeniferus
Lesson, 1831


Fontes:
http://pt.wikipedia.org
http://www.infopedia.pt/$marabu
http://www.zoosantoinacio.com/animais.php?animal=35
http://www.brasildownloads.com.br/dicionario.php?id=182919&dic=marabu