Minha amiga e eu queríamos conhecer Bonito (Mato Grasso
do Sul), mas sempre só queríamos, até que em um airoso dia, jogando conversa
fora, falando sobre tudo , todos e mais um pouco, saiu novamente a brilhante idealização:
e nossa viagem que havíamos falado há tanto tempo, vamos ou não vamos ... a
conversa foi rolando, criando corpo, e após incorporar inúmeras vantagens, a
idéia foi se consolidando até tomarmos a decisão de ir.Isso já fazem uns treze
anos. Em Bonito, na fazenda Matão, morava, na época, uma sobrinha minha muito
querida. Unindo o útil ao agradável, falei para ela que iríamos para aqueles
lados e então pedi que reservasse para nós uma pousada. Íamos ficar uns dias na
cidade para conhecer as maravilhas naturais e após faríamos uma visita para ela
que distava quase duzentos km do centro. Ficou radiante de felicidade, pois
muitas vezes havia feito o convite e eu, a promessa de ir. Após tudo preparado,
partimos. Nunca esquecerei nossas
aventuras. Horas e horas dentro de um ônibus com poucas paradas e muito sono
até chegar ao destino. Após um relaxante banho e um ótimo café, partimos para
os passeios. Compramos um pacote que incluía vários passeios, entre ele: A
Gruta do lago azul, flutuação no rio Sucuri,
balneário Municipal e outros. Em cada cantinho fazíamos uma pausa,
encantadas, observando a diversidade da
flora e fauna e sua beleza natural. Água cristalina e clara onde podíamos ver
claramente os peixes em belos movimentos e outros animais aquáticos. Uma
surpresa a cada dia. Em um desses locais havia muitas palmeiras, várias delas
eu nunca tinha visto. Atraída pela beleza, curiosa e observadora, fui entrando
no verde natural, quase virgem, sem caminhos, embrenhando-me palmeiral adentro.
Olhando um pouco para cima...um pouco para o solo. Havia muitos frutos caídos
brotando mesmo fora do solo. Um deles veio na mala dando um louco passeio.
Coitado! Se tivesse o poder de pensar, nem imaginava onde ia parar. Ao chegar,
com muitas novidades para contar...após ser
tudo organizado, plantei o fruto da palmeira já com um broto de uns vinte
centímetros. Ele cresceu, se desenvolveu e surgiram as primeiras flores e
frutos na base do caule.Na base!? Somente eu estava vendo isso. Palerma por não
observar o suficiente, ia
incansável, procurando o nome da
planta em que os cachos surgiam na base. Após, quase exausta de tanto procurar
e já quase esquecida da planta, encontrei. Estava procurando por outras plantas
quando, dou de cara com a palmeira. É claro, nunca iria encontrar com o modo
que estava pesquisando, pois os cachos são intrafoliares.
A Inajá é uma palmeira nativa do Brasil. Esse nome vem do
Tupi. Segundo o folclore Inaja ( naja) era
uma índia brasileira cheia de graça e beleza. A Inajá pode ser encontrada no
norte da América do Sul, na Colômbia, onde é conhecida como guichire, na
Venezuela , de cucurito, anajá e cusu, na Bolívia de huacava , no Equador de
inayia ,na Guiana Francesa e Suriname de maripa, no Peru de inayng, na Guiana, kokerit-palm e nos Ameríndios de aritá. De nome científico Maximiliana maripa. Sinonímias: Attalea
venatorum, Cocos venatorum,
Maximiliana regia, Maximiliana
stenocarpa, Maximiliana venatorum e
Palma marica.
Pode crescer até
20m de altura e ter um diâmetro de 100cm. A inflorescência é intrafoliar. Os
frutos que dão em cachos,são ovóides ou
oblongos. Quando o fruto está maduro é
pastoso , oleoso e amarelo e de sabor adocicado.A planta produz 5 a 6
cachos por ano, com 800 a 1.000 frutos por cacho. Os frutos podem ter até 4
sementes e podem ter total
aproveitamento na produção de biodiesel ( energia renovável). O óleo tem
menor acidez do que o dendê e tem ácidos graxos essenciais e um grande valor
comercial. Do fruto pode ser feito bebidas, como o vinho, podem ser usados em
cosméticos, alimentos(as amêndoas podem
ser consumidas in natura o fruto pode
ser cozido e o sabor é adocicado. É calórico, possui fósforo, magnésio, proteína, ácidos graxos. A
planta tem várias utilidades.É usada como ornamental. Do conjunto de folhas
imaturas pode ser retirado palmito comestível. As folhas novas são usadas em
coberturas de casas e confecção de abanos, cestas e chapéus. As espatas da
inflorescência são utilizadas como fruteiras e servem também como arranjos e
porta ração ou água para animais domésticos. Tem potencial na confecção de
bijuterias. Os principais dispersores das sementes são as antas, araras,
cutias, jabutis, macacos, pacas, tucanos e porco-do-mato.
CLACIFICAÇÃO:
Reino:
Plantae
Divisão:
Magnoliophyta
Classe:
Liliopcida
Ordem:
Arecales
Família:
Arecaceae
Gênero:
Attalea
Subfamília:
Arecoideae
Espécie: A. maripa
FONTES:
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