Caía à tarde e o
silêncio tranqüilo parecia ajudar o sol brando e amarelado cair no horizonte.
Restava em mim ainda muita energia e uma tarefa habitual a cumprir: dar água para
orquídeas. Trabalho não remunerado que nutro como um hobby diário e agradável preenchendo
o intervalo de muitas horas cotidianas
com retorno alegre, compensador, recheado de magia e cor. No percurso o silêncio
foi cortado por um barulho estranho um tanto sincronizado que vertia do espaço
ao redor. Bem, a água para as orquídeas ficou para mais tarde. Tinha que
descobrir o que era aquele estardalhaço de som espalhafatoso. Uma zoeira
infernal dando a sensação de pânico, angustia
e muito desespero. Meus olhos rapidamente se voltaram para o campo ao lado.
Não precisou grande esforço nem muita concentração, logo descobri de onde partia aquele barulho: ousadia de um grande
bando de pássaros esquisitos e desequilibrados. Era quase um compromisso, tinha
que registrar o fato. Logo fui tirando várias fotos daquelas aves. Eram como
chamamos por aqui, Rabos de Palha.
O Rabo de Palha é também
conhecido com os nomes de anu-branco piririgua, alma-de-gato, pelincho (no RS) ,pilo, piriguá,
quiriquiri, quiriru, guirá-acangata, anu do campo e guira guira, Tem
aproximadamente 40 cm de comprimento, de cor branco amarelado com bico forte e
curvo cor de laranja quando jovem e
cinzento quando adulto. Os olhos são alaranjados, o dorso é marrom e o peito
esbranquiçado. São sociáveis e vivem em
pequenos bandos tanto na cidade como nos campos e beira de matas. Pousa de modo
muito desajeitado, levantando a cauda comprida mesclada com preto dando a
impressão de que vai capotar: para frente e para trás. Muitas vezes podemos
observar uns correndo atrás dos outros sobre as costas para penetrar com mais
facilidade na capoeira. Gostam de apanhar sol e banhar-se na poeira, ficando a plumagem às vezes
tingida com a cor da terra do local ou de cinza e carvão, sobretudo se eles
correrem antes pelo capim molhado, o que torna suas penas pegajosas. Pela manhã
e após as chuvas, pousam de asas abertas para enxugarem-se. À noite, para se
esquentar, juntam-se em filas apertadas ou aglomeram-se em bandos desordenados.
Exala um cheiro forte que atrai morcegos e animais carnívoros.
Alimentam-se de gafanhotos, percevejos, aranhas, miriápodes, lagartas,
lagartixas, camundongos e filhotes de outras aves, peixes e também comem frutas
e sementes.
O ninho é construído pela fêmea em forquilhas de
árvores a aproximadamente cinco metros do solo. Põe de quatro a sete ovos
esverdeados com uma camada calcária de alto relevo. O ovo tem de 17 a 25 % do
peso da fêmea. Fazem ninhos individuais ou coletivos, neste último, sendo
encontrados até vinte ovos. Os filhotes abandonam o ninho antes de voar e são
alimentados por algumas semanas mais.
Ocorre do sudoeste do Amapá e do estuário amazônico à Bolívia,
Argentina e Uruguai.
Voz: alta e estridente: "iä, iä,
iä" (chamada e grito durante o vôo); "i-i-i-i" (advertência);
seqüência fortemente descendente e decrescendo de melodiosos "glüü"
(canto); cacarejo baixo.
Com dimorfismo sexual (ocorrência de indivíduos do sexo masculino e feminino de uma mesma
espécie com características físicas não sexuais marcadamente diferentes). A
função destas diferenças, em muitos casos, está relacionada à luta dos
indivíduos pelo direito de se reproduzir, usando tais caracteres para lutar por
um(a) parceiro(a), ou impressioná-lo(a) com os seus dotes.
Classificação científica:
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:aves
Ordem:Cuculiformes
Família:Cuculidae
Crotophagidae
Gênero:Guira
Espécie: G.Guira
Gmelin,1788
Foram presenças na minha infância.Acho-os lindos,mas são mesmo espalhafatosos...alegres.
ResponderExcluirGosto dos pelinchos pois eles "limpam" os pátios dos insetos. Fazem verdadeiros "arrastões" por onde passam.
ResponderExcluirAdoro o baralho dos que fazem quando voam......bicharada alegre.
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