sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Minha plantação de jiló






O meu reduzido conhecimento sobre o jiló foi um dos incentivos para uma pequena pesquisa. Não esperava que  fosse inclusive um divertimento. Fiquei lendo o livro” Um garoto em perigo” de Márcio Poletto, a história em quadrinhos de HQ  “Cadê o Jiló”, ouvindo a canção   de Luiz Gonzaga “Que nem Jiló” que diz::
“ Ai quem me dera volta
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz doer
E amarga que nem jiló”
Gostei da canção de autoria de  Palmira e Ivan da Corina” “Meu doce de Jiló”
 Nas mazelas do amor
Cada um com seus defeitos
Eu te carrego no peito
Cuida de mim do teu jeito
Faço do teu amargo
O meu doce de jiló
Melhor sofrer a teu lado
Que na vida viver só
Se eu troquei com ela
Juras pra sempre, eternas,
Se tremeu a luz da vela
O teu amor me espera
Sigo com mais esperança
Boto fogo na fervura
Vamos levando essa dança
Inda que morra de loucura
Faço do teu amargo
O meu doce de Jiló
Melhor sofre do teu lado
Que na vida viver só.
Mais alguns sites e encontro: novela “ Roque Santeiro” de Dias Gomes e Aguinaldo Silva – matei a saudade...tanto tempo sem ver novelas....”Jiló vê a mocinha e Roque se beijando
 “Pelos ditos e não ditos” ...vou ficar com a frase” Faço do teu  amargo o meu doce de jiló”    - Que tal? Faça você também...
Mas, e o Jiló?
A primeira vez que apreciei o jiló foi em Vila Matias, hoje Mathias Lobato – MG onde estive  por um mês por ocasião de participar de u projeto de extensão universitária – Projeto Rondon –aproximadamente no ano de 1973. Desde então nunca mais tinha visto nem frutos, nem sementes ou pratos. O ano passado quando fiz um passeio em Bonito, estado de Mato Grosso do Sul, passei por uma loja de sementes e como sempre, não me contive e fui dar uma olhadinha com a intenção de encontrar algo diferente. Qual não foi a surpresa agradável que tive: encontrei sementes de jiló . Sem querer saber se seria cultivável aqui no Sul, adquiri dois pacotinhos. Semeei nas “escuras”. Deu certo! Tenho alguns pés que floriram e os jilós estão crescendo saudáveis. Não vejo a ora de poder preparar alguns pratos com esse amargo fruto saboroso.
O jiló ou jinjilo é o fruto do jiloeiro originário da África Ocidental.É cultivado em vária regiões do Brasil, principalmente na região Sudeste, principalmente  nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Requer solo arenoso-argiloso bem drenados e temperatura entorno de 26 a 30 graus. A propagação é feita por sementes e a colheita iniciada após 90 a 100 dias após o plantio .Existem diversas variedades de jiló- Morro Grande e Rei do Verde que são arredondados e o Verde Claro que é alongado.O fruto é exótico com sabor marcante muito amargo. A casca é fina e brilhante de forma arredondada a ovóide e de cor esverdeada. A planta é herbácea e pode atingir um metro e meio de altura. Possui vitaminas A, do complexo B e C. Contem minerais como o cálcio, ferro e magnésio. Tem baixa quantidade de calorias( 40 calorias em cada 100gramas)– o fruto  possui mais de  90% de água em sua composição.Tem compostos bioquímicos denominados flavonóides, alcalóides e esteróides que são antioxidantes protegendo as artérias e com isso impedindo  o colesterol e à halitose.Poderoso aliado no tratamento de distúrbios hepáticos e dispepsia biliar. Pode ser consumido cozido, frito, grelhado e também como ingrediente de várias receitas. Uma dica para que fique menos amargo é a de cortar em quatro partes e deixá-las de molho com sal por 15 minutos.
Classificação científica:
Espécie: Solanun gilo
Fontes: