quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O cravo e minhas lembranças





Sobre as opiniões de comadres, vizinhos e parentes, só os mais velhos entendem. Hoje, comadres e compadres já não nos dão mais palpites. Quando eu era pequena, muito gorda e bem branquinha chamei a atenção da comadre da mãe. Então ela não se conteve e falou: essa guria chega ser transparente. Tens que dar uns fortificantes. E direto foi passando a receita: comadre, ferva uma garrafa de vinho com muito açúcar, cravo canela e um prego. Deixe esse xarope enterrado por dez dias. Pobre mãe! Ela queria ver a filha muito saudável. Então, sem ao menos raciocinar, juntou os ingredientes os que passaram a fazer parte das minhas refeições. Tão ruim era aquela gororoba que já não podia mais engolir. O que fazer...era para ficar mais bonita, mais gorda e mais corada. Fiquei uma pata rechonchuda. Aquilo deve ter provocado uma intoxicação...até hoje meu organismo não aceita tais condimentos e tem dias que até o cheiro do vinho me faz mal. Como no filme” A árvore da vida”,uma fato faz lembrar o outro, passou um flash na minha cabeça e mudando de assunto, foi assim: quando eu tinha uns 15 anos fui em um baile no interior – na Palma. Um moço me convidou para dançar. Naquela época, quando os rapares gostavam das moças, dançavam duas “marcas” e convidavam para “ficar de par”. Isso queria dizer: gostei de ti e gostaria de dançar contigo até o final do baile. Que lástima! O moço, certamente para “cheirar bem” mascava cravos. Que pena, era tão lindo...o garoto mais bonito do baile. Mas “virando de saco prá mala” a questão é outra. São flores de cravo.Uma imagem puxa a outra. Lembrei de tudo isso quando vi vários canteiro de cravos em Jaguarí-RS. Foi no feriado de Nossa Senhora Aparecida( Padroeira do Brasil).Lindo passeio...ótimas compras...queijos, doces, vassouras,vinhos e cucas entre outros. Mas e o cravo? Poderia falar de um Instrumento musical, especiaria, afecção na pele, prego...movimento político em Portugal em 1974. Contudo, prefiro falar dos cravos que fotografei na praça Gilson Reginato.
O craveiro é uma planta herbácea, que alcança até um metro de altura. Suas flores são denominadas cravos.Uma característica é a forma peculiar de suas flores e o caule reto, com várias ramificações. A cravina ou cravo-bordado(Dianthus plumarius),pertence a mesma família dos cravos cujas pétalas abundantes emergem de seu cálice verde e tubular. Nos trópicos a cravina só se reproduz em grandes altitudes. A espécie Dianthus plumarius é originária da Europa, e cultivada em grande escala na América do Sul. Certas variedades exalam um aroma delicado, motivo pelo qual são utilizadas na fabricação de perfumes.
As flores podem ser duplas ou simples, com pétalas franjadas, freqüentemente com zoneamento de cor contrastante de coloração branca, amarela, rosa, vermelha, roxa, e até preto. Para o desenvolvimento harmonioso da planta é bom tirar as flores murchas e diminuir as touceiras. A vida é relativamente curta, assim que as plantas de 4-5 anos ela deve ser substituído por novas. Os cravos preferem o solo solto, bem drenado e rico em matéria orgânica, de preferência alcalina.
Os cravos se dividem em dois grupos principais: os perpétuos e os anuais. Os cravos perpétuos multiplicam-se por meio de estacas, e os anuais são multiplicados por sementes postas para germinar no fim do verão. As estacas são preparadas no fim do inverno e as melhores são retiradas do meio da haste.
Uma boa qualidade dessas flores é que elas repelem a maioria das espécies de formigas domésticas, sendo ótimos agentes para combater invasões.
Considerada a planta ornamental mais antiga em seu cultivo, tem suas flores também são amplamente utilizadas em arranjos e buquês.
Os Cravos foram descobertos no Extremo Oriente, sendo mencionados em toda a mitologia grega romana, aparecendo nos registros da história natural do escritor romano Plínio, por volta do ano 50 AC. O cultivo do cravo teve seu início final do século 13 por monges Romanos. O significado destas flores foi muito importantes para os gregos e romanos e tornou-se um símbolo no pico da civilização. Em Roma também era conhecida como “flor de Jove”, porque Jove era o mais bondoso e admirado dos deuses. Atualmente também é utilizado como símbolo nacional em vários países e em várias ocasiões festivas
Na linguagem Vitoriana das Flores o Cravo simboliza o fascínio e dom de boa sorte para uma mulher.
Cravos branco e vermelhos representam admiração, enquanto o vermelho escuro denotam profundo amor e carinho.
O significado dos Cravos branco está ligado ao amor puro, e representa talento e boa sorte, enquanto os listrados podem simbolizar lamentar um amor que não pode ser compartilhado.
Assume a mensagem de amor ardente e boa sorte quando é oferecido para uma mulher, mas também significa a inocência, uma pessoa doce, adorável e puro amor.
Cravos com predominância da cor vermelha que dizer “eu admiro você” ou “meu coração clama por você”. Indica amor, paixão e respeito.
Cravos cor de rosa são afirmações como: “Eu sempre lembro de você” e “lembranças e pensamentos de felicidade e gratidão.
Os Cravos de cor roxa ou púrpura significa a ausência de capricho, solidão e inconstância.
Os Cravos amarelos são uma exclamação de rejeição ou desdém – “Você me desiludiu”.
Cravos com uma cor sólida é símbolo para uma afirmativa – sim.
Cravos listrados pode significar “não”, a recusa, ou “Desculpe, não posso ficar com você”

Curiosidades:
Os cravos foram trazidos da Tunísia para a Europa, mas a sua pátria é as Maldivas. O nome russo para esta flor descende de uma palavra polaca "gvizdic", palavra emprestada do dicionário alemão. Os alemães deram este nome a estas flores devido à semelhança com uma especiaria estrangeira; identificaram o cheiro da especiaria e chamaram cravo às flores também. Há pessoas que lhes chamam "lágrimas do campo", "estrelas" ou "erva de donzela".

Um antigo escritor, Plinij, afirmou que os romanos cultivavam estas flores divinas; está escrito no seu livro "História da Natureza". No livro de Dante, "Inferno", está escrito que os cravos foram trazidos para Itália por Nicolo. Em França, estas flores, foram trazidas na Última Cruzada. Quando os franceses estavam a cercar a Tunísia, a Peste espalhou-se e o médico que sabia das propriedades medicinais do cravo fez uma poção especial que curou muitos soldados. Rapidamente a epidemia foi travada e então os soldados de Ludovico IX importaram esta planta para França em 1270.

Os italianos também gostam de cravos, a sua imagem foi incluída no Emblema do Estado. As raparigas acham que os cravos são os intermediários do amor, por isso ofereciam estas flores aos jovens que partiam para a guerra, pois pensavam que a flor os protegia. Em França as raparigas também davam cravos aos seus namorados quando estes iam para a guerra, expressando assim o desejo de eles voltarem sãos e salvos. Os soldados acreditavam que o cravo tinha poderes mágicos e usavam-no como um talismã.

Em Espanha o cravo é visto como o salvador do amor. Em Valência era um grande elogio se um homem oferecesse esta flor ao seu amor no Inverno, porque nesta estação as flores eram muito mais caras.
As damas espanholas arranjavam encontros secretos com os cavalheiros, ao colocarem cravos de diferentes cores no seu vestido.

Na Bélgica os cravos são as flores dos pobres. Os mineiros cultivavam-nas porque, depois de tanto tempo passado na escuridão, ficavam alegres só de ver estas flores vermelhas. Os pais dão uma coroa de cravos à filha quando ela se casa.
O cravo goza de popularidade entre as bordadeiras; na renda antiga de Bruxelas podem-se ver muitos cravos nos rendilhados.

Em Inglaterra e também na Alemanha o cravo foi por muito tempo considerado como a flor do Amor, Inocência e Pureza; podemos ver isso na poesia de Shakespeare e de Julius Sacks. Goethe tratava a flor como sendo a personificação da amizade e firmeza. O cravo também foi glorificado nas obras de Leonardo Da Vinci , Rembrandt, Rubens e Goya.
Dicas:
1 - Prepare a terra e distribua as sementes na superfície, cubra-as delicadamente com terra. Deixe num local protegido do sol, e regue-as sempre que o solo estiver seco.
2 –Podemos usar como sementeiras vasos, caixas de frutas ou qualquer outro recipiente (não necessita ser fundo). Cubra-os com plástico, pois cumpre as funções de acelerar o crescimento e proteção.
3 – Depois de uns dias, começa o processo de crescimento.
4 - Assim que estiverem com 15 a 20 cm, podemos plantá-los no lugar definitivo.
5 – Cravos ficam bem em vasos, jardineiras ou canteiros.
6 - São flores duradouras, tanto no verão e no inverno, e dão uma luminosidade especial ao jardim.
Classificação científica

Reino:
Plantae

Divisão:
Magnoliophyta

Classe:
Magnoliopsida

Ordem:
Caryophyllales

Família:
Caryophyllaceae

Género:
Dianthus

Espécie:
D. caryophyllus

Nome binomial



Fontes:
http://www.jardim-rif.com/jardim/perenes/dianthus-plumarius.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Craveiro
http://www.flores.wiki.br/sp/index.php?title=Categoria:Cravos
http://www.abacas.com.br/def_Buscaplantar.asp?id=31
http://www.lojadasflores.pt/lendas-de-flores.php#9
http://rebelheartbr.wordpress.com/2009/12/23/significado-e-historia-das-flores/

4 comentários:

  1. Gostei muito do texto.Alem de instrutivo e romantico.

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  2. Muito bem descrito em seu artigo pinks, foi puro prazer de ler ...
    continuou bom dia para você:)

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  3. É, também lembro destas receitas das comadres, mas aqueles bailes,chi levantavam poeira e o cravo era a forma de para manter um bom hálito.

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  4. Manek , los claveles son preciosos y esta entrada tuya me ha dejado en una pura reflexión del significado de las cosas o simbología. Cuando veo claveles blancos y me llega su aroma es como si ( mi abuela me abrazara ) , es un recuerdo grato que tengo de mi niñez y se hace presente en este mundo por medio de la simbología de los claveles blancos . Gracias por compartir tu blog con tanta información . Un abrazo desde Canarias

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mariaterezabedin2016@gmail.com