quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A tão Procurada Palmeira Inajá







Minha amiga e eu queríamos conhecer Bonito (Mato Grasso do Sul), mas sempre só queríamos, até que em um airoso dia, jogando conversa fora, falando sobre tudo , todos e mais um pouco, saiu novamente a brilhante idealização: e nossa viagem que havíamos falado há tanto tempo, vamos ou não vamos ... a conversa foi rolando, criando corpo, e após incorporar inúmeras vantagens, a idéia foi se consolidando até tomarmos a decisão de ir.Isso já fazem uns treze anos. Em Bonito, na fazenda Matão, morava, na época, uma sobrinha minha muito querida. Unindo o útil ao agradável, falei para ela que iríamos para aqueles lados e então pedi que reservasse para nós uma pousada. Íamos ficar uns dias na cidade para conhecer as maravilhas naturais e após faríamos uma visita para ela que distava quase duzentos km do centro. Ficou radiante de felicidade, pois muitas vezes havia feito o convite e eu, a promessa de ir. Após tudo preparado, partimos.  Nunca esquecerei nossas aventuras. Horas e horas dentro de um ônibus com poucas paradas e muito sono até chegar ao destino. Após um relaxante banho e um ótimo café, partimos para os passeios. Compramos um pacote que incluía vários passeios, entre ele: A Gruta do lago azul, flutuação no rio Sucuri,  balneário Municipal e outros. Em cada cantinho fazíamos uma pausa, encantadas, observando  a diversidade da flora e fauna e sua beleza natural. Água cristalina e clara onde podíamos ver claramente os peixes em belos movimentos e outros animais aquáticos. Uma surpresa a cada dia. Em um desses locais havia muitas palmeiras, várias delas eu nunca tinha visto. Atraída pela beleza, curiosa e observadora, fui entrando no verde natural, quase virgem, sem caminhos, embrenhando-me palmeiral adentro. Olhando um pouco para cima...um pouco para o solo. Havia muitos frutos caídos brotando mesmo fora do solo. Um deles veio na mala dando um louco passeio. Coitado! Se tivesse o poder de pensar, nem imaginava onde ia parar. Ao chegar, com muitas novidades para contar...após  ser tudo organizado, plantei o fruto da palmeira já com um broto de uns vinte centímetros. Ele cresceu, se desenvolveu e surgiram as primeiras flores e frutos na base do caule.Na base!? Somente eu estava vendo isso. Palerma por não observar o suficiente, ia  incansável,  procurando o nome da planta em que os cachos surgiam na base. Após, quase exausta de tanto procurar e já quase esquecida da planta, encontrei. Estava procurando por outras plantas quando, dou de cara com a palmeira. É claro, nunca iria encontrar com o modo que estava pesquisando, pois os cachos são intrafoliares.
A Inajá é uma palmeira nativa do Brasil. Esse nome vem do Tupi. Segundo o folclore  Inaja ( naja) era uma índia brasileira cheia de graça e beleza. A Inajá pode ser encontrada no norte da América do Sul, na Colômbia, onde é conhecida como guichire, na Venezuela , de cucurito, anajá e cusu, na Bolívia de huacava , no Equador de inayia ,na Guiana Francesa e Suriname de maripa, no Peru  de inayng, na  Guiana, kokerit-palm e nos  Ameríndios de aritá. De nome científico Maximiliana maripa. Sinonímias:  Attalea venatorum, Cocos venatorum, Maximiliana regia,  Maximiliana stenocarpa,  Maximiliana venatorum e Palma marica.
Pode crescer  até 20m de altura e ter um diâmetro de 100cm. A inflorescência é intrafoliar. Os frutos  que dão em cachos,são ovóides ou oblongos. Quando o fruto está  maduro é pastoso , oleoso e  amarelo  e de sabor adocicado.A planta produz 5 a 6 cachos por ano, com 800 a 1.000 frutos por cacho. Os frutos podem ter até 4 sementes e podem ter total  aproveitamento na produção de biodiesel ( energia renovável). O óleo tem menor acidez do que o dendê e tem ácidos graxos essenciais e um grande valor comercial. Do fruto pode ser feito bebidas, como o vinho, podem ser usados em cosméticos,  alimentos(as amêndoas podem ser consumidas in natura o fruto pode ser cozido e o sabor é adocicado. É calórico, possui  fósforo, magnésio, proteína, ácidos graxos. A planta tem várias utilidades.É usada como ornamental. Do conjunto de folhas imaturas pode ser retirado palmito comestível. As folhas novas são usadas em coberturas de casas e confecção de abanos, cestas e chapéus. As espatas da inflorescência são utilizadas como fruteiras e servem também como arranjos e porta ração ou água para animais domésticos. Tem potencial na confecção de bijuterias. Os principais dispersores das sementes são as antas, araras, cutias, jabutis, macacos, pacas, tucanos e porco-do-mato.
CLACIFICAÇÃO:
Reino:           Plantae
Divisão:        Magnoliophyta
Classe:          Liliopcida
Ordem:        Arecales
Família:        Arecaceae
Gênero:       Attalea
Subfamília:  Arecoideae
Espécie:       A. maripa
FONTES:


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